sexta-feira, 10 de junho de 2011

De volta ao lar…

E o Casal Sensacional finalmente retorna à base após dias deliciosos em Paris. Na bagagem, centenas de fotos e vídeos, claro. E muitas lembranças boas. Não adianta nós tentarmos descrever a experiência. Paris não admite tentativas de explicá-la. É preciso viver Paris.

 

Podemos descrever vários dos passeios, muitos dos aspectos e curiosidades que observamos na cidade e mesmo assim… Mesmo assim, sequer arranharemos a sensação de estar lá. Realmente, Paris é daqueles lugares “ver para crer” e, no caso, entender.

 

Provavelmente se trate do maior museu a céu aberto em todo o mundo. Cada quarteirão tem algo para nos mostrar. E que espetáculo! Já começo dizendo que os franceses não gostam de obras pequenas. Tudo lá é monumental! Jardins que impressionam ao primeiro olhar, construções com séculos de existência mas perfeitamente preservadas, imponentes em tamanho e detalhes. Lugares maravilhosos, que nem mesmo uma fotografia poderia representar porque as dimensões envolvidas não ficariam reproduzidas. Simplesmente escapam à percepção humana.

 

Estivemos em museus como o Louvre ou o D’Orsay. Ou o Pantheón. Meu Deus! Como descrever esses lugares?! E nem falo do que eles contêm, no caso dos museus. Apenas me refiro às construções em si! São maravilhosas! A França tem séculos de história e os franceses têm enorme orgulho dessa história. Eu gostaria muito que nós tivéssemos uma fração desse respeito pelo passado. O Brasil tem uma história mais pobre em termos de cidadania (muitos países tiveram que recorrer às armas e derramamento de sangue para estabelecer sua democracia enquanto que nós tivemos uma independência de fachada e uma república continuísta, sendo que em ambas a participação popular foi apenas decorativa). Os franceses sabem, pela sua história, o que significa lutar por esses ideais.

 

Mesmo com Paris virtualmente lotada de turistas pelo início da primavera, os franceses deram sinal de que toleram bem essa intromissão. Pensem bem: mesmo sabendo como é importante o turismo e quanto dinheiro ele traz (trata-se de uma das atividades mais importantes do ponto de vista da economia mundial), você gostaria que sua rotina fosse infernizada por uma horda de visitantes que transformasse as ruas num fervor enorme, que lotasse suas praças e criasse filas gigantescas como as que vimos ao visitar o Musée d’Orsay? Pois os franceses parecem ter desenvolvido um pouco da famosa fleuma britânica, apesar da birra secular que existe entre tais nações. Eles parecem aceitar o fato de que são ícones da história e arquitetura e que nada podem fazer para evitá-lo.

 

Lembram-se da famosa má vontade francesa em falar com os visitantes em outro idioma que não o francês? Esqueçam! Embora a Dani tenha tido aulas de francês, isso ocorreu há muitos anos e ela tem sérias limitações de comunicação em função disso e nem poderia ser diferente. Mas ela é ótima em inglês também (aliás, minha mulher é mesmo ótima em tudo que faz!) e eu arranho o suficiente para não passar muitas dificuldades. E nos comunicamos perfeitamente em inglês. A maior parte das pessoas fala o suficiente para se fazer entender e compreender o que o turista tenta dizer. Claro que no interior da França essa realidade deve ser bem diferente, pois além da limitação natural das zonas rurais em compreender outro idioma existe também a questão do orgulho cívico que a cosmopolita Paris já tem em grau muito amenizado. Claro que um pouco de  boa vontade e educação fazem com que você cumprimente a pessoa em francês e já diga, também em francês, que não fala o idioma e pergunta se a pessoa fala inglês. Pronto! Funcionou em 100% dos casos.

 

Mas voltando à viagem em si, ficamos hospedados em um hotel muito gostoso, o Hotel Cluny Square. Embora simples, tinha quartos limpos e bem aquecidos, o que foi ótimo porque a primavera de Paris nos reservou alguns dias bastante frios. Nós o recomendamos a qualquer um e certamente voltaríamos lá. Além de ser um lugar honesto com preços razoáveis, a localização é simplesmente perfeita! Basta dizer que pelo menos 80% dos nossos passeios poderiam ser cumpridos a pé se assim o quiséssemos. E estou falando de destinos do calibre do Museu do Louvre, Museu d’Orsay, do simplesmente fantástico Museu Rodin (objeto de um comentário da Dani no seu blog pessoal o Tagarela), Jardins de Luxemburgo, o delicioso Museu da Idade Média, também conhecido como Museu Cluny, que ficava na praça em frente ao nosso hotel, sem falar que estávamos no cruzamento dos boulevards Saint-Michel e Saint-Germain. Quem conhece Paris poderá confirmar que a localização era realmente excelente.

 

Fomos usuários contumazes das linhas L’Open Tour, as 4 linhas de turismo de Paris que mostram praticamente tudo que é relevante na cidade. Os passeios são deliciosos. Apenas uma das linhas é mais mundana, digamos assim. Passa pelo Moulin Rouge e outros pontos da, digamos, “baixa Paris” e realmente é um passeio mais chato. Já as outras três linhas são imperdíveis. Conhecemos a Champs Elisées, o Arco do Triunfo,  o Louvre, o D’Orsay, os Inválidos, o Museu da Armada e, é claro, a Torre Eiffel, que se tornou símbolo de Paris desde que foi inaugurada em 1889, no centenário da Revolução Francesa. Trata-se do monumento pago mais visitado do mundo, de acordo com a Wikipedia que não me deixa mentir. Estivemos lá mas realmente o movimento era tal que acabamos desistindo de subir na famosa torre de mais de 300 m de altura. O que é uma ótima desculpa para voltarmos! Existe um restaurante que funciona no primeiro estágio da torre, a míseros 50 e poucos metros de altura, que tem bastante procura. Mas aos interessados, esclareço; o jantar é muito mais caro que o almoço e o traje formal é uma exigência. Portanto, vá preparado! Por outro lado, jantar na Torre Eiffel com sua iluminação noturna maravilhosa, tendo ao fundo toda a cidade de Paris é realmente algo que ficaria gravado a fogo na minha memória.

 

Bem, parece que já me estendi muito nesse texto. E ao reler em busca de erros para correção, percebo que apesar de sua extensão não falei absolutamente nada a respeito de Paris e seus monumentos. E é por isso que eu disse no começo deste tópico: Paris não admite explicações nem descrições. Você PRECISA ir até lá e ver com seus próprios olhos! É uma experiência única na sua vida. Se tiver a oportunidade de fazer essa vaigem, não pense duas vezes. FAÇA!

 

Antes de terminar o tópico, apenas um comentário final. Nem todos os nossos amigos puderam fazer parte dessa festa de casamento e isso realmente foi motivo de tristeza para nós. Uma limitação óbvia é a questão do porte da festa e, consequentemente, seus custos. Não vou ser deselegante aqui e dizer quanto foi gasto mas posso assegurar que foi uma soma considerável. E mesmo assim, não pudemos convidar todas as pessoas que gostaríamos. Espero que entendam.

 

Mas há outro grupo que não participou por outros motivos e nesse quesito estou me referindo a alguns amigos meus. Também não vou entrar em detalhes para não cometer outra deselegância (hoje estou muito refinado, percebam) mas o fato é que convidar alguns desses amigos iria colocá-los em uma saia justíssima. Falo dos meus amigos em comum com minha ex-esposa. Se eu os convidasse e eles eventualmente aceitassem, teriam tido sérios problemas com ela, que jamais aceitaria isso e se sentiria traída. Conheço-a muito bem e sei que aconteceria exatamente isso. Não estou dizendo isso como crítica. Ela simplesmente é assim. Exige fidelidade canina dos amigos e a simples participação deles no meu casamento significaria colocá-los em uma lista negra. Em particular, gostaria muito de ter convidado meu bom amigo Sami, mais conhecido como Gordo, embora de gordo ele não tenha absolutamente nada. É um bom amigo e parceiro mas ao mesmo tempo é primo dela e seria o principal prejudicado se participasse do meu casamento. A esses amigos, quero dizer que me lembrei de todos eles mas tive a sensatez de não colocá-los numa situação delicada. E a todos deixo meu abraço, respeito e saudades.

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